Piece of Peace - Chapter 69 - gika - 방탄소년단 | Bangtan Boys (2024)

Chapter Text

Dois meses passaram voando ao mesmo tempo que bem devagar. Seokjin observou tudo como se estivesse fora do próprio corpo, mentindo para os namorados que estava bem, que a terapia estava dando resultado e que estava melhor da ansiedade. A verdade é que assistir o tempo passar foi doído para Seokjin, principalmente enquanto sua mente lhe dizia estar fazendo tudo errado.

Aquela ideia iniciou no velório da família de Taehyung quando começou a acreditar que o namorado não gostou das flores escolhidas. Ele nunca perguntou a Taehyung se estava certo, mas guardou em seu peito que o outro odiou toda a decoração fúnebre.

Após esse pensamento insistente, tudo pareceu errado em sua vida. Sentia que não agradava mais Yoongi ou que chateava Namjoon na vez que o acusou de voltar para gangue. Jimin não tomava mais banho de banheira com ele e tinha certeza que foi por fazer algo de errado na noite em que estavam cansados. Jungkook treinava demais e somente chegava no apartamento para dormir, o que provavelmente também era sua culpa. A empresa não estava na melhor das épocas e Dongsun só gostava dele por ser criança e não conhecer pais melhores.

Seokjin sabia que, no fundo, era tudo mentira, ideias implantadas por sua mente adoecida, mas não conseguia sair daquele redemoinho de tristeza e culpa.

Muita culpa.

Tudo era culpa dele.

— Você volta ainda hoje? — Yoongi perguntou, abraçando-o por trás, olhando as roupas semi-dobradas na cama, prontas para uma viagem a trabalho. — Ou, vai dormir em um hotel?

— Não sei… — Seokjin tentou analisar a situação. Qual seria a melhor resposta? Seu casamento não estava no melhor caminho para errar uma resposta daquelas. — Você quer… algum tempo sozinho ou com os meninos? — resolveu arriscar. Talvez Yoongi quisesse o apartamento só para ele ou talvez para Namjoon e ele. Provavelmente era isso. — Posso ficar no hotel… talvez passar o final de semana em Busan. Posso fazer um desvio, ficar com minha mãe.

— Eu não quero ficar sem você, Jinnie. Que bobagem! — Yoongi riu suave contra o pescoço do marido, beijando-o ali com delicadeza. — Estou perguntando apenas para saber o que você quer jantar hoje. Estava pensando em fazer medalhão e massa ao molho pesto, pois sei que você adora.

Seokjin concordou, colocando a roupa na mala de mão.

— Não sei, talvez eu consiga chegar a tempo se dirigir sem parar.

— Ei, também não… — Yoongi murmurou, soltando o marido para ficar de frente a ele. — Não dirija sem parar, é perigoso.

— Mas, eu chegaria em casa a tempo.

— Amor… — Yoongi suspirou, segurando a mão do outro. — Está tudo bem?

— Está, só estou pensando em maneiras de chegar e você ficar satisfeito — Seokjin respondeu, inspirando profundamente, estava gradualmente ficando difícil de respirar naquele momento. — Preciso terminar de arrumar essa mala.

Yoongi coçou a nuca, segurando as mãos do marido antes que ele fizesse a tarefa.

— Eu faço isso — disse Yoongi. — Por que você não vai acordar Sun e brincar um pouco com ele? Sun vai sentir falta do pai hoje — brincou, cutucando a lateral do corpo do marido.

— Ele tem Joon e você. — Seokjin abaixou o olhar. — Vou… preparar o café da manhã.

Antes que Yoongi falasse algo, Seokjin saiu do quarto sem mais nada comentar.

──────⊱⋅ ☼ ⋅⊰──────

O café da manhã estava quase pronto quando Dongsun entrou na cozinha pendurado a Namjoon. Ambos riam de alguma piada, mas, Seokjin não se concentrou nisso, somente em fazer a comida perfeita.

— Oi, amor. — Namjoon estava animado naquela manhã, mas foi uma surpresa para Seokjin sentir os braços do outro o segurar por trás e o rodopiar no ar. Seokjin acabou rindo, dando um gritinho por ainda comida no fogão. — Eu te amo!

Seokjin foi posto no chão e então Namjoon o segurou pela nuca, entregando-lhe um beijo.

— Eca, appas! — Dongsun ria, tapando os olhinhos com as mãos. As pernas balançando no banco alto da cozinha.

— Eca?! Não era você que vivia dizendo que nós tínhamos que namorar? Hein, hein? — Namjoon implicou soltando-se de Seokjin e indo na direção da criança, tocando-o na barriga para provocar cócegas. — Agora, você aguenta! Os papais namoram!

— Eca, eca!

Dongsun ria alto com Namjoon. Seokjin parou para observar a cena, não conseguindo acreditar como aquelas risadas o deixavam bem. Ele quis chorar e correr, não queria estragar sua família, pois sentia que era isso o que acabaria fazendo no mais tardar.

— Jin, o ovo ‘tá queimando!

Seokjin olhou para o cooktop assustado por um instante sem saber o que fazer, mas logo desligou o fogo, tirando a frigideira e jogando tudo na pia. Ele apoiou no mármore, suspirando pesado, jogando seu avental de qualquer maneira e saindo da cozinha. Precisava sair daquele apartamento de uma vez.

— Jin-appa? Está tudo bem? Se queimou? — Dongsun chamou pelo advogado, os pezinhos fazendo barulho contra o porcelanato; o menino detestava os chinelos de pano.

O advogado não respondeu, só queria ir embora de uma vez e os deixar em paz, em família. Porém, antes de alcançar o banheiro, ouviu barulho de algo caindo, quando olhou para trás, Dongsun estava no chão, ainda com o rosto no piso.

— Sun!

O menino logo começou a chorar e Seokjin se desesperou, segurando-o com cuidado para o virar.

— Meu bebê, onde dói?

Então, Seokjin viu o joelho do menino ralado e um filete de sangue escorrendo pela fina pele. De imediato, sentiu-se culpado.

— Me perdoa, meu bebê. Isso é minha culpa…

— Appa, não chora — pediu Dongsun, fungando e levando a mão ao rosto de Seokjin. — Não gosto quando você chora, j-já passou, nem ‘tá doendo.

Seokjin sorriu.

— Eu nunca pensei que você me chamaria de appa.

Antes que o menino respondesse, Namjoon chegou no corredor.

— O que aconteceu?! Sun?

— E-eu tropecei, mas Jin-appa já me ajudou — Dongsun explicou, calmo apesar de ainda estar com dor no joelho.

Seokjin estalou a língua no céu da boca e pegou o menino no colo, levando-o para o banheiro, sabendo que Namjoon os seguia de perto. Sentia-se um grande idiota, afinal uma criança estava melhor composta do que ele que deveria ser o adulto responsável.

— Desculpa, meu bebê — murmurou Seokjin outra vez, deixando o menino apoiado na beirada da banheira. — Eu sou um péssimo pai.

— Ei — Namjoon foi o primeiro a falar. — Essas coisas acontecem, amor. Ele está bem, não é, Sun?

— Eu estou, é verdade. Não chora mais, Jin-appa.

Seokjin sorriu levemente, acariciando os cabelos de Dongsun e concordando com um aceno de cabeça.

— Enquanto vocês ficam aqui, vou terminar o café da manhã — Namjoon anunciou, beijando a bochecha dos dois antes de sair do banheiro.

— Appa vai queimar a cozinha — brincou Dongsun.

O advogado sabia que o filho estava tentando o fazer rir e isso o fez se sentir ainda mais culpado. Ele focou somente em cuidar do joelho do menino antes que começasse a chorar ainda mais.

— Appa?

— Hm? — Seokjin havia acabado de colocar um curativo no joelho do menino. — Ainda dói?

O garoto sacudiu a cabeça na horizontal.

— Appa, a gente não te faz mais feliz?

O advogado sentiu como se tivesse levado um tapa no rosto. Ele não estava feliz? Não sabia responder, não realmente; queria mais do que tudo superar aqueles sentimentos, aquela ansiedade constante em ser eternamente perfeito, sem nenhum defeito, se não, não tinha uso, porém, estava cada vez se dificultando alcançar os padrões que ele mesmo colocava para si.

— Sou muito feliz com vocês, Sun — garantiu Seokjin e ele se odiou porque sentia o gosto amargo em sua boca. — Amo vocês e minha vida não seria nada sem minha linda família.

Ele os amava, claro que amava e por amar tanto, não achava que era digno deles. Seokjin queria superar aquela tristeza, aquela dor de não chegar aos pés da sua maravilhosa família, mas não sabia como conseguir isso. Talvez trabalhando mais, sendo melhor sucedido, talvez aprendendo como ser um pai melhor ou talvez, mudando tudo de si e se transformando em alguém inalcançável. No fundo, era o que queria. Odiava ser humano e sentir tudo aquilo, pois, no momento em que não era cem porcento, acreditava que não servia para nada.

— Appa, então, por que você está sempre triste?

— Eu… estou triste?

— Sim — disse o menino, sacudindo a perna que não estava machucada no ar. — É por que eu não sou um bom filho? Se eu conseguir aquele papel no Quebra Nozes, você vai gostar mais de mim?

— Oh, meu amor… — Seokjin suspirou pesado, ajoelhando-se na frente do menino e o segurando com delicadeza o rosto. — Você é perfeito e não há nada que me faça gostar menos de você. O appa às vezes fica triste por problemas de adultos, mas está tudo bem, pois, eu tenho você e a nossa família para me deixar sempre feliz, okay?

O menino o encarou por longos segundos e então murmurou:

— Você se arrependeu de me adotar? — Dongsun encarou o tapete do banheiro. — Vai me devolver para o orfanato?

— Meu amor, nunca! — disparou Seokjin, beijando a bochecha do menino. — Você é meu filho, entendeu? Eu nunca vou te mandar para nenhum lugar longe de mim. Nunca.

— Então, você vai se separar do appa Yoongi?

— Bebê, da onde você está tirando essas coisas?

— N-não sei, só… parece que você está sempre bem longe da gente e eu não quero. — Dongsun chorou um pouco mais pulando para o colo de Seokjin. — Quero que fiquemos juntos, então appa você não pode ir embora. Se você for, nós vamos chorar muito!

Seokjin respirou fundo para não chorar. Seu filho percebia sua tristeza e como ele, imaginava os piores cenários, mas Dongsun era uma criança que não merecia aquilo. Ele era o culpado por estar deixando seu menino triste.

— Não chora, ‘tá? Eu não vou embora, nem te devolver e nem me separar de Yoon ou de Joon, okay? Não se preocupe, meu bebê.

— Promete?

— Prometo, meu anjo. Eu te amo, meu filho. Meu bebezinho. — Seokjin sorriu, pois, era a verdade, ele amava Dongsun e aquele sentimento por si só já aliviava seu coração pesado. — Obrigado por me aceitar como pai, você não precisava me chamar assim, sabe? Se você quiser, pode continuar apenas chamando Namjoon de pai.

— Hm… Mas você também é meu pai agora, não é? E o pai Yoon também…

O advogado afa*gou o rosto do menino.

— Sim, mas você não precisa se sentir obrigado a isso.

Dongsun sacudiu a cabeça várias vezes em negativa.

— Você também é meu pai. Eu gosto de ter mais pais!

— Então, ‘tá bom, eu gosto de ter você como filho também. — O advogado sorriu outra vez, mordendo a bochecha do menino de leve. — Meu bebê, eu te amo.

O menino dessa vez riu alto, apertando as mãozinhas atrás do pescoço de Seokjin enquanto o advogado o pegava no colo para levar para o outro ambiente. Na sala de jantar, Namjoon já tinha parte da mesa montada, com sanduíches simples de café-da-manhã, mas que Dongsun logo pegou e começou a comer assim que foi colocado na cadeira.

— Tudo bem? — Namjoon perguntou, os dedos logo encostando a cintura do namorado. — Você parecia meio ansioso quando saiu da cozinha?

— Eu estava… — Seokjin suspirou se permitindo recostar no calor confortável de Namjoon. — Mas, Dongsun me deixou mais calmo.

— Ele é perfeito, não é? Nosso menininho…

Seokjin encarou o namorado, sorrindo. Ele sempre sentia o coração quentinho, quando Namjoon o incluía, quando deixava claro que ele também era pai. Depois do início estranho que tiveram com a adoção de Dongsun, era bom ouvir aquelas palavras.

— Ele tem o melhor pai de todos — disse Seokjin, segurando no rosto de Namjoon e o beijando nos lábios. — Te amo.

— Eca, appas! Eu ‘tô comendo!

— Eu concordo, eca, eca… — Yoongi riu, sentando-se ao lado de Dongsun e imitando as caretas do menino, enquanto repetia a mesma expressão várias vezes, provocando risadas em todos os presentes naquela cozinha. — Eca mesmo porque eu não ‘tô ganhando os mesmos beijinhos.

— Então sem beijinhos para você também! — Namjoon proferiu.

O estagiário logo segurou o rosto de Seokjin e o beijando várias vezes na bochecha para provocar Yoongi; este reclamou se aproximando dos namorados que fingiram fugir dele.

O café da manhã terminou em muitas risadas para alívio de Seokjin, que apesar de saber se momentâneo, sentiu-se feliz.

──────⊱⋅ ☼ ⋅⊰──────

Jimin levantou o corpo na altura dos joelhos e depois voltou a deitar, repetindo o processo por algumas vezes. Sendo uma pessoa que passava muito tempo na frente do computador por ser um jornalista, então precisava se exercitar e sempre optava por abdominais.

Por isso, não era difícil o encontrar em seu escritório fazendo o exercício com um tapete de ioga abaixo dele, contudo, era recente o fato de Taehyung se sentar em seus pés e a cada novo movimento que fazia, ganhar um beijo.

— Eu nunca sei se isso é você se aproveitando de mim ou me incentivando a continuar — disse Jimin, após dez abdominais e dez beijos. — Estou começando a achar que você só está se aproveitando da minha pessoa.

— O quê? Meus beijos não são motivadores o suficiente? — Taehyung implicou fazendo beicinho na direção de Jimin. — Assim você me magoa, amor.

Jimin sorriu, segurando Taehyung pela gola da camisa, puxando-o para realmente lhe dar um beijo de verdade. Era fácil se deixar levar por aqueles beijos, deixar seus dedos encontrarem com caminho da calça de Taehyung, permitir que o momento proporcionasse prazer, mas naquele dia tinham um compromisso, que começaria em pouco tempo e não podiam ir além de suas línguas se encontrando.

— Calma, calma, chega disso — Jimin disse, segurando o namorado um pouco longe de si. — Não temos tempo.

— É verdade. — Taehyung riu. — Mas, é tão difícil resistir a você.

— Insaciável! — Jimin retrucou, dando mais um beijo de tirar o fôlego em Taehyung, até se separar dele com um barulho quase obsceno. — Vou tomar banho e então vamos até lá, okay?

Taehyung piscou um dos olhos.

— Posso tomar banho com você?

— Não, senhor Kim Taehyung.

O professor reclamou algo, jogando de costas na esteira onde estavam, fingindo ser atingido no peito.

— Oh, céus! Que tristeza! Que vida cruel!

Jimin riu e fez como dito seguindo para o banheiro e trancando a porta só por garantia, afinal sabia que se Taehyung entrasse ali, ele jamais conseguiria resistir uma segunda vez.

Após isso, não demorou para Taehyung e ele dividirem um carro para o compromisso. Jimin não estava com vontade de dirigir e o professor não quis pegar o automóvel de Jungkook, então se acomodaram atrás de um táxi, sendo embalados pelas músicas na estação de rádio local.

— Tae, você está bem?

Jimin sempre fazia aquela pergunta e a resposta sempre era positiva, por mais que o jornalista nem sempre acreditasse. Taehyung se fechou bastante depois do que aconteceu com a família e ainda escondia a mão em que fazia fisioterapia de outras pessoas que não fossem os namorados. Jimin queria que o outro se abrisse mais sobre o assunto, porém, esse desviava da conversa.

— Por que não estaria?

— Porque está tudo bem, mesmo se você não estiver bem, Tae — Jimin respondeu com um sorriso simples. — Entende?

Taehyung suspirou, olhando para o taxista, mas ele não os observava, o que era bom.

— É estranho? — Taehyung perguntou baixinho.

— O que, amor?

— Eu visitar a filha… do homem que fez tudo aquilo comigo?

— Eu não acho que seja — Jimin proferiu sem pestanejar, o que fez Taehyung o encarar com certa surpresa. — Nem você, nem a menina têm culpa daquele homem ser um criminoso. Vocês são vítimas. E, você é uma pessoa genuinamente boa, Tae. Isso não é um defeito, nem estranheza. Seu coração imenso é o que me faz te amar todos os dias um pouco mais do que já te amo.

O rosto de Taehyung se iluminou no mesmo instante. Ele não conseguiu evitar que seus olhos se enchessem de lágrimas e também não resistiu a deitar a cabeça no ombro de Jimin. O jornalista sorriu, aproveitando para segurar a mão do namorado.

— Estou um pouco nervoso — confessou Taehyung. — Ela pode me odiar.

— Você foi professor dela.

— Mas, talvez tenham falado de tudo que aconteceu comigo, não sei… Ela pode me culpar pela morte…

— Bem, ela é só uma criança… É normal que encontre refúgio na birra, principalmente por se tratar de uma situação tão delicada.

Taehyung não sabia ao certo o que falar. Como professor, entendia todos os estágios que a criança poderia passar após um trauma como aquele; já como alguém que era parte do trauma, estava com medo de que sua antiga aluna não o recebesse com o mesmo carinho de antes.

Ele olhou para a janela, tentando buscar o que mais deveria falar com Jimin, talvez dividir alguma tristeza ou até alegria, porém, o que viu do outro lado da rua, fez o coração disparar e tudo parecer certo em sua mente. Como não pensou nisso?

Na calçada, viu duas crianças andando de mãos dadas, com uma mulher atrás dele, provavelmente a responsável.

— Jimin!

Jimin o encarou confuso e alarmado.

— Sim?

— Vamos buscar Sun! — disse o professor, segurando no braço do namorado quase de maneira alarmista. — Precisamos buscá-lo, vai fazer tudo mais fácil com Emily.

O jornalista pensou por um instante e então concordou.

— Vou avisar a Yoongi que estamos indo para lá — disse Jimin.

Taehyung sorriu e então virou para o taxista, que ainda parecia distraído dirigindo.

— Senhor, precisamos fazer um desvio.

O homem concordou e então seguiu o endereço que Taehyung lhe indicou.

──────⊱⋅ ☼ ⋅⊰──────

Taehyung se sentia muito mais seguro agora que tinha Dongsun com ele. Não sabia explicar, não mesmo, porém, com o menino tudo parecia certo. Jimin ao seu lado também sorria, segurando a sua mão enquanto tinha os dedos do menino nos seus.

— Vamos ver a Emily, né? — Dongsun sorriu, olhando para cima. Taehyung concordou com um aceno. Estavam em frente a casa e ele não queria pensar no caso dela reagir mal a sua presença. — Sinto saudades dela, hyung.

Jimin foi quem se agachou, bagunçando o cabelo do menino ao ficar a sua altura.

— Sabemos disso, querido. Mas, ela agora está em uma situação diferente e não sabemos como a Emily vai reagir ao te ver, okay? Então, não fique triste caso não saia como está imaginando.

Dongsun concordou várias vezes, o que levou sorrisos aos adultos. Como sempre, ele era um menino muito fácil de lidar.

O professor então tomou coragem de tocar a campainha. Já o esperavam, o que era bom, mas ainda assim esperou uns bons minutos antes de abrirem a porta.

— Você deve ser Kim Taehyung — disse a senhora, abrindo mais a porta. Ela devia ter mais de cinquenta anos, mesmo que seu rosto não demonstrasse tanto isso quanto o seu pescoço. Taehyung a viu esfregar as mãos no avental, escapando um suspiro cansado de seus lábios. — Emily está no quintal de trás, vou te levar até lá.

Ele queria falar tanto e também perguntar, mas a senhora não parecia querer conversar. Assim, somente seguiu com Jimin e Dongsun pela porta de trás.

A menina estava pendurada em uma árvore, o que fez Jimin arfar.

— EMILY SAIA JÁ DAÍ!

A garota parecia prestes a discutir com a mulher, porém, ela os viu e seus olhos ficaram longos segundos em Taehyung antes dela descer da árvore sem mais nenhuma ordem. Ela ajeitou o vestido e esperou no lugar, com os braços para trás do corpo.

— Inferno de garota — disparou a senhora. — Ah, fiquem com esse demôniozinho aí que tenho outras crianças para cuidar.

Dito isso, ela sumiu na casa, deixando-os com a menina.

— Oi, Emily — Dongsun foi o primeiro a falar, sacudindo a mão para a garota. — Lembra de mim?

O cabelo da menina estava uma bagunça, os fios loiros para todos os lados, desfeitos em uma trança não muito presa. Taehyung quis ajeitar aquilo, deixar a menina como a via diariamente na escola, porém, ela o fitou outra vez, o rosto sério, antes de se virar para Dongsun e oferecer o que mais parecia uma careta do que realmente um sorriso.

— Sun.

— Quer brincar? — Dongsun perguntou, estendendo a mão para ela. — Eu trouxe meu Nintendo.

Ela concordou e então eles correram para encontrar um lugar para poderem brincar juntos.

Taehyung suspirou, sentindo os dedos de Jimin nos dele. Ele olhou para o namorado e o deixou se levar até debaixo da sombra da árvore que antes a menina estava subindo. Os dois se sentaram na grama seca.

— Ela fica me olhando estranho — Taehyung murmurou. — Ela deve me odiar.

— Eu não acho que isso é verdade, amor — garantiu Jimin, beijando a bochecha do namorado, tentando de alguma maneira lhe entregar calma com o gesto. — Ela só deve se lembrar de você.

O professor sentia que não era esse o motivo dela o encarar, tinha certeza que ela sabia que seu pai estava morto por sua culpa, porém, o que podia fazer? Sua família estava morta por conta do pai dela, talvez estivessem quites daquela maneira.

Ele se sentiu péssimo por pensar isso.

— Você não está se sentindo culpado, né?

— Pelo quê?

— Por ela — Jimin sussurrou, deixando seu polegar contornar a mão do outro com cuidado. — Você sabe que não é sua culpa, certo?

Taehyung suspirou.

— Não me sinto culpado, Jimin. Só com pena dela… Não é culpa da menina, nada disso.

— Claro, claro… — Jimin observou a expressão do outro, caçando por algo, Taehyung sabia daquilo, mas não sabia se podia dar ao outro o que ele queria; estava bem naquele momento e não queria realmente pensar em cada pedaço daquela história quando já era difícil o suficiente na terapia. — Você quer conversar?

— Jimin, não fui eu que matei o pai dela.

Jimin abriu e fechou os lábios, seus olhos se dobrando de tamanho quando começou a sacudir a cabeça em negação.

— Eu não disse isso, amor. Pela divindade, eu nunca diria isso!

Taehyung grunhiu baixo. Estava fazendo aquilo de novo, o que a terapeuta lhe alertou que fazia nos últimos tempos: ficar com raiva das pessoas erradas, sem motivo algum. Segundo a mulher, podia ser explicado pelo trauma que sofrera.

— Desculpa. — Suspirou, fechando os olhos e deixando sua cabeça encostar no tronco atrás dele. — Eu sei que você não quis dizer isso.

O jornalista deixou a boca em uma linha reta, seus olhos procurando novamente por qualquer coisa na expressão do professor.

— Você nunca mais se abriu comigo — proferiu Jimin, um pouco sério. — Eu não sei o que passa por sua mente.

— Não queira saber, Minnie.

— O quê? — Jimin deixou seus dedos subirem pelo braço do outro. — O que você pensa?

— Agora? — Taehyung sorriu e não foi o sorriso que Jimin gostava, era um cruel que não conhecia e já odiava. — Penso em como sou muito feliz por Hoseok conhecer um miliciano que transformou os últimos minutos de vida daquele homem, nos piores possíveis. Então, sim, eu me sinto culpado por ela, Jimin. Sinto, mas, ao mesmo tempo, não. Olho para ela ali com nosso Sun e… — Taehyung suspirou. — Ela pode ser órfã, mas está melhor sem ele.

Jimin nada disse, somente voltou a apertar a mão de Taehyung contra a sua. Ele queria ter palavras, mas não as tinha, então o melhor era ficar daquela maneira.

Taehyung também não disse nada, voltando a encarar Emily e Dongsun brincando, pensando em como no passado, poderia ter ao menos alguns momentos com a menina, mas o ele atual não mais.

O seu “eu” do passado estava morto desde que Oliver invadiu o seu apartamento e destruiu parte da felicidade que tinha na vida.

──────⊱⋅ ☼ ⋅⊰──────

Os minutos passaram rápido e quando Taehyung voltou a prestar atenção à sua volta, o sol estava pronto para se esconder. Ele suspirou, fitando as crianças, que haviam largado o Nintendo com Jimin e estavam brincando de pique-se-pega.

— Ela deve estar com fome — Taehyung comentou.

— Poderíamos levá-la para comer fora.

— É uma boa ideia — disse Taehyung. — Ainda mais quando as outras crianças chegarem da escola.

Jimin concordou. A menina não estava indo à escola, não enquanto a situação dela era resolvida, o que não parecia do agrado da senhora que a adotou temporariamente.

— Vamos perguntar à dona da casa — murmurou Jimin, levantando-se e estendendo a mão para o namorado. — Vem, amor.

Taehyung sorriu; ele estava de volta com os sorrisos bonitos que Jimin gostava, o que deixou o clima entre eles agradável outra vez.

Os dois então seguiram para dentro da casa, encontrando a dona do lugar sentada na sala, assistindo ao dorama da tarde.

— Já vão? — ela perguntou, olhando pela janela.

— Queríamos saber se podemos levá-la para comer e talvez para assistir algum filme — murmurou. Ele sorriu, deixando todo o seu charme naquelas palavras. — Ela estaria de volta antes da hora de dormir, claro.

Ela olhou de um para o outro, deixou seus braços cruzarem na frente do corpo.

— Vocês pretendem adotá-la? — quis saber a mulher.

Taehyung franziu a testa; não esperava por aquela pergunta. Jimin foi mais rápido em uma contra-pergunta:

— Por que a senhora pergunta? Mais alguém esteve aqui por ela?

O professor riria em outro momento. Como sempre, Jimin era um jornalista em qualquer momento da sua vida.

— Não, ninguém procurou, só uma ligação a alguns dias atrás. Um homem ligou e perguntou por ela. — A mulher suspirou cansada, arrumando alguns fios que caiam de seu coque frouxo. — Mas a adaptação dela conosco está muito difícil, principalmente com as outras crianças. Foi surpreendente vê-la brincar com o filho de vocês sem tentar arrancar um pedaço do braço dele.

Taehyung estranhou aquilo.

— Ela está mordendo?

— Até os adultos — disse a senhora, suspirando. — Na verdade, eu já conversei com a assistente social e Emily só deve ficar aqui por mais uns dias. Estão tentando encontrar alguma casa sem crianças, se não, ela ficará no orfanato.

O professor, dessa vez, sentiu-se culpado. Ele levou a mão ao rosto, esfregando com força. Jimin o segurou pela mão, mostrando que estava ali por ele.

— Não existem outras alternativas? — Jimin perguntou com cuidado. — Ela é só uma criança.

— Acredito que não. Aqui não conseguimos nos conectar com ela, a melhor solução é um lar sem crianças, mas é difícil… Eu sinto muito. — A senhora pareceu genuinamente consternada. — Vocês podem a levar para passear, será bom para ela.

Jimin concordou e sorriu para Taehyung, mas ele estava triste, então namorado nada disse, somente o puxou para voltarem para o quintal. Era hora de levar Emily e Dongsun para comer.

──────⊱⋅ ☼ ⋅⊰──────

Namjoon não esperava ficar sozinho com Yoongi naquela noite, não sem Dongsun. Então, quando Jimin e Taehyung levaram seu filho, os dois ficaram se encarando por longos segundos até cada um ir para um lado da cobertura, arranjando o que fazer.

Yoongi passou grande parte do tempo no escritório e agora, após duas horas de exercício e um bom banho, Namjoon não sabia o que fazer. Se fosse Seokjin e ele, o programa seria outro, mas com Yoongi…

Não sabia se Yoongi realmente curtia sexo se não fosse com o marido e com Jimin.

Com aqueles pensamentos, Namjoon terminou de se secar, encarando o espelho e então jogando a toalha no ombro. Talvez pudesse assistir um filme e dar a noite como terminada até seu filho voltar.

Ele saiu do banheiro da suíte, pisando no quarto e então, arfou. Yoongi estava ali, sentado na beirada da cama, somente com um robe preto cobrindo o seu corpo.

— Não me olha assim — Yoongi disse, encarando o próprio colo. — Eu fiquei os vinte minutos do seu banho pensando se deveria desistir dessa maluquice, então, você me olha assim, eu quero correr.

Namjoon piscou algumas vezes, deixando a toalha cair no chão para em seguida arrancar sua camisa branca em um só movimento, deixando que ela tivesse o mesmo destino que a toalha.

— Hyung, se você quiser, eu quero — Namjoon disse, aproximando-se a passos lentos da cama. — Eu te quero há muito tempo.

Quando Namjoon chegou na cama, Yoongi se levantou e junto dele os seus braços, envolvendo-os no pescoço do estagiário.

— Eu também te quero, Joonie-ah.

Namjoon não esperou um momento a mais para beijar Yoongi. Os dedos logo foram para a nuca do outro enquanto sentia os pés do outro ocuparem os seus, apoiando todo o peso ali, coisa que Namjoon usou para levar suas mãos à cintura do outro e o puxar para cima.

As pernas de Yoongi se agarraram ao seu quadril enquanto o beijo deles ganhou ainda mais vida. Língua e dentes travavam uma batalha que terminou em um gemido quando Yoongi sentiu suas costas em uma parede. Ele abriu e fechou os olhos, voltando a segurar Namjoon por um beijo.

Daquela maneira, ainda prensado na parede, com a boca do estagiário na sua, Yoongi sentiu seu robe sendo aberto de maneira bruta e os dedos do outro contornando um dos seus mamilos. Yoongi voltou a gemer, jogando a cabeça para trás, o que pareceu ser o que Namjoon desejava, já que tomou seu pescoço em beijos fortes que, com certeza, deixariam marcas.

Yoongi já estava entregue quando sentiu seu corpo sendo movimentado outra vez. Namjoon o tirou do lugar. Ele abriu os olhos, encarando o namorado e sentindo o desejo dele borbulhar em seu corpo.

— Você finalmente será meu — murmurou Namjoon. — Só meu.

O advogado sentiu suas costas no colchão e sorriu, ajeitando-se no travesseiro enquanto sentia as grandes mãos de Namjoon abrindo de vez o seu robe.

— Possessivo, não? — Yoongi riu, mordendo o lábio inferior enquanto seus olhos corriam por todo o corpo delicioso de Namjoon a sua frente. — Céus, como você pode ser tão gostoso? Não é justo!

Yoongi deixou a mão correr pelo peitoral de Namjoon, sentindo o outro lhe empurrar de volta para o colchão.

— Quero te ver sem nada, amor — disse Namjoon, desfazendo finalmente o nó apertado do robe. — Oh!

O advogado não vestia nada além de uma calcinha de renda preta, exatamente como o robe de seda que ele usava. A renda fina e delicada, deixava pouca coisa para a imaginação, contornando de forma sexy e elegante o corpo do advogado?

— Você quer que eu tire? — Yoongi sorriu, completamente satisfeito com a expressão de surpresa e desejo no rosto de Namjoon. — Tudo bem — provocou, puxando delicadamente a peça para baixo, sorrindo mais ainda quando a mão possessiva de Namjoon o segurou pelo punho.

— Eu faço isso.

— Sim, senhor. — O advogado continuou provocando, erguendo os braços acima da cabeça, segurando uma mão na outra. Uma posição completamente vulnerável, totalmente à disposição para o que Namjoon quisesse fazer com seu corpo. — Sou todo seu.

Namjoon observou o namorado naquela posição e não sabia por onde começar. Yoongi era tão lindo, tudo nele era perfeito.

Então, sem saber o que fazer, começou por beijar Yoongi, tomando sua boca outra vez, descendo para o pescoço quando o ar do namorado faltou. Nunca pensou que o teria, não depois de tanto tempo juntos, mas agora, iria aproveitar cada instante, cada pedacinho que Yoongi queria lhe dar.

Ele explorou o corpo do outro e parou com a boca em seu mamilo, sugando por longos segundos cada um deles, ouvindo os gemidos do namorado em seu ouvido. Era melhor do que poderia imaginar e entendia o motivo de Seokjin e Jimin serem loucos por Yoongi.

— Joon — Yoongi murmurou o nome do outro com a voz sôfrega. Namjoon levantou o rosto, encarando-o. Yoongi perdeu a coragem no mesmo instante. — Nada, deixa.

Aquilo chamou atenção do outro, que parou o que fazia, sentando-se nas coxas.

— O que houve? — Namjoon quis saber, tocando o rosto do namorado. — Você quer parar?

— Não, só… — Yoongi engoliu a seco. — Deixa, por favor, vamos voltar, ‘tá?

— Não, por favor, fala comigo — pediu Namjoon. — O que aconteceu?

Yoongi suspirou, levando os braços ao rosto e então virando o corpo, dando as costas para Namjoon. Claro que ele estragaria tudo. Claro!

— Yoon, eu vou me vestir, okay? — Namjoon esperou por uma resposta do outro e não a obteve. — Desculpa se passei algum limite seu. Eu… não queria te machucar ou magoar.

Namjoon se mexeu para sair da cama e o outro o segurou, com os olhos cheios de lágrimas. O estagiário se sentiu culpado no mesmo momento, mas voltou para o colchão, sentindo os braços de Yoongi buscarem o seu conforto.

— Me perdoa, Yoon.

— N-não é nada com você — sussurrou Yoongi, escondendo o rosto no pescoço do namorado. — É comigo.

— Eu duvido.

— Não é isso, é um trauma meu, do passado… — Yoongi suspirou, levantando o rosto. — Tive uma experiência ruim com sexo e infelizmente, isso me deixa nervoso até hoje.

O estagiário sentiu a culpa lhe abater, pois, todo aquele tempo se perguntou o motivo de Yoongi não fazer sexo com ele e nunca pensou que poderia ter sido uma experiência ruim. Céus, como pode ser tão obtuso?

— Você não precisa falar sobre isso, okay? — Namjoon tocou o rosto do namorado, afa*gando sua bochecha. — Não precisamos fazer nada. Que tal um filme, hn?

Yoongi negou com um gesto. Não queria um filme, queria falar sobre aquilo e Namjoon logo percebeu sua vontade; era fácil notar o olhar determinado no namorado.

— Eu prefiro ser ativo — Yoongi murmurou. — Sei que é idiota, mas, eu me sinto mais calmo assim.

Namjoon concordou com um aceno.

— Com Jin é diferente, eu confio nele há tanto tempo. — Yoongi suspirou, buscando a mão de Namjoon contra a sua. — Eu também confio em você e muito, mas…

— Mas, eu não sou Jin.

Yoongi fitou o outro, procurando por algum sinal de raiva, mas se o outro sentia isso, não demonstrou; na verdade, segurou em seu rosto com cuidado, sorrindo.

— Está tudo bem para mim, Yoon — garantiu Namjoon. — De verdade. Não precisamos transar ou, se acontecer, eu não ligo de ser passivo. Sério, eu curto muito.

O advogado concordou, deitando a cabeça no peitoral de Namjoon, que riu baixinho, apertando-o em um abraço.

— Eu só fui passivo uma vez com Jimin — Yoongi continuou falando. — Porque Jin estava junto.

— Entendo. Jin é a sua garantia de proteção.

Suspirando, Yoongi encarou o outro, tendo seu olhar com pura tristeza.

— Eu não queria ser assim — disse o advogado. — Queria que as coisas fossem diferentes, que eu não precisasse me sentir seguro para ter prazer dessa maneira.

Namjoon segurou a mão do outro levando aos seus lábios.

— Na prisão, eu fiquei apavorado de alguém descobrir minha orientação sexual, Yoon. Eu vivia em pânico, de verdade. — Namjoon fechou os olhos por um instante e depois sacudiu a cabeça. — Eu não queria nem me abaixar no chão, para qualquer coisa. Já perdi um sabonete novinho por isso e precisei passar quinze dias só me lavando com água. Hoje, eu penso se exagerei um pouco, mas agora minha mente é outra, é muito mais livre, assim como meu corpo.

Yoongi pareceu confuso por um momento, o que fez o outro sorrir.

— Quando eu estava na gangue, não sentia que minha carne era minha, sabia que qualquer merda, eu rodaria, que viraria um corpo qualquer em um beco. — Namjoon umedeceu os lábios, encarando o outro por longos segundos antes de continuar. — Já na prisão, meu corpo não era mais meu, era do Estado e novamente, podiam fazer qualquer coisa. Mesmo sendo do Estado, ainda tinham pessoas mais fortes do que eu lá dentro, pessoas que poderiam fazer o que quisessem comigo. Só quando eu saí de lá, é que meu corpo foi meu de volta e a primeira pessoa que o teve em seus braços foi Jimin. E, foi perfeito. Eu me senti completo. — Namjoon sorriu. — Vocês me fizeram e me fazem completo de novo, Yoon. Então, eu entendo o seu medo. Um dia talvez você supere isso ou talvez sempre leve contigo esse receio… E, não importa com quem seja ou onde seja, é o seu corpo e suas regras. Eu não ligo para ser ativo, como eu também não acho que temos obrigação de transar por sermos namorados. — A mão do estagiário cobriu a bochecha do outro. — Eu te amo e qualquer partezinha sua que você esteja disposto a me entregar, guardarei com todo amor do mundo no meu coração. Eu te amo, Min Yoongi e nada pode mudar isso.

Os olhos de Yoongi se encheram de lágrimas, mas dessa vez, era pura felicidade, o que ele demonstrou beijando o namorado, segurando em sua nuca com força e deixando que seu corpo correspondesse com o resto. Era tanto amor em seu peito que nunca sabia o que fazer, principalmente com palavras tão bonitas.

Namjoon riu, segurando o outro enquanto um beijo se tornava vários, antes de se deitarem um de frente para o outro na cama, os olhos de Yoongi ainda com lágrimas enquanto ele sorria abertamente.

— Estraguei a noite — sussurrou Yoongi.

— Não está nada estragado — afirmou Namjoon, tocando a ponta do nariz do namorado. — Podemos assistir um filme ou posso preparar uma banheira com sais para você.

Yoongi sorriu, deixando seu corpo ainda mais próximo ao do outro.

— Ou, podemos voltar ao que fazíamos.

O estagiário abordou a opção com cautela.

— Tem certeza? Eu não falei tudo aquilo para você transar comigo.

— Eu sei, amor. Confio em você — murmurou Yoongi, estalando um beijo nos lábios de Namjoon. — Eu quero.

— Hm… Talvez você precise insistir um pouco comigo.

Sorrindo, o advogado beijou novamente o namorado, deixando o momento se alongar. Não demorou para Namjoon estar convencido o suficiente para descer os beijos para o pescoço do outro, sorrindo para a marca arroxeada formada minutos antes. Ele voltou a pressionar o local, ouvindo um gemido do namorado.

Yoongi ainda estava somente com a calcinha, então ele explorou o peitoral do namorado, contornando os mamilos por longos minutos, um de cada vez, exercendo pressão com os dedos no mamilo abandonado, o que fez o pênis de Yoongi logo endurecer contra a sua coxa.

Namjoon então chegou na calcinha, seus dedos contornando a barra, ouvindo Yoongi gemer baixinho.

— Você realmente quer isso? — Namjoon perguntou, encarando o namorado.

— Sim, sim.

Sem esperar mais, Namjoon deixou seus lábios cobrirem a calcinha, encontrando sem dificuldade o pênis do namorado, lambendo-o mesmo com o tecido que o cobria. Yoongi gemeu, seu corpo derretendo na cama, o que fez o estagiário sorrir.

Sem esperar mais, Namjoon deixou seus lábios cobrirem a calcinha, encontrando sem dificuldade o pênis do namorado, lambendo-o mesmo com o tecido que o cobria. Yoongi gemeu, seu corpo derretendo na cama, o que fez o estagiário sorrir.

— Você é tão fofo — disse Namjoon, deixando seus dedos novamente brincarem na barra da calcinha.

— Eu não queria ser chamado de fofo com esse outfit.

Namjoon riu, abaixando-se dessa vez para beijar a barriga de Yoongi, que reclamou, mas sorriu.

— Vou me lembrar disso no futuro — disse o advogado. — Vou me vingar dessa humilhação!

Outra risada foi a resposta que Yoongi teve do namorado.

Namjoon não queria que a calcinha saísse do lugar, então ele a deixou ali enquanto com os dedos contornou a cintura do namorado, e beijou toda extensão da coxa antes de afastar o tecido e começar a sugar a glande pulsante.

O gemido de Yoongi foi o que precisou ouvir para afastar ainda mais a calcinha e pressionar os testículos do outro enquanto ainda explorava a ponta do pênis. Era a primeira vez deles e Namjoon queria que fosse perfeito para que quando Yoongi se recordasse daquele dia, somente pensasse em como amou cada minuto.

Namjoon continuou no seu egoísmo, sem retirar a calcinha, mas como poderia fazer isso? Quando essa deixava o seu amado ainda mais lindo? A cor escura em contraste com a pele de Yoongi, realçando cada pedacinho daquele que ele amava. O estagiário quis rir, mas concentrou-se em sua tarefa.

Yoongi gemeu outra vez e Namjoon se ajeitou no lugar. Se fosse ouvir tantos sons bonitos, iria ficar chupando o namorado por horas e horas, faria uma pausa para um cafezinho e depois voltaria ao trabalho. Ele sorriu com o pensamento e a vibração do seu corpo passou para o outro, que voltou a gemer.

— Lindo — Namjoon murmurou quando finalmente se deixou tomar ar. Seus lábios estavam vermelhos e cobertos com o pré-gozo de Yoongi. — Você é lindo, Yoon.

O advogado, sempre cheio de palavras, perdeu todas elas. Namjoon estava no meio das suas pernas, ajoelhado e tudo era perfeito demais para estragar com simples confusões mentais; o prazer o dominava demais para conseguir fazer algo além de ficar ali, fitando Namjoon e sentindo que estava perto de ser arrebatado.

Namjoon percebeu como o outro estava se controlando e sua resposta foi uma risada, para em seguida puxar o Yoongi contra o seu corpo e o cobrir seu pênis com seus dedos.

— Você quer mais da minha boca? — implicou Namjoon, como se não soubesse a resposta. — Quer mais de mim?

Ele queria tudo dele, tudo mesmo, qualquer coisa que Namjoon o oferecesse, aceitaria de bom grado, aceitaria sabendo que estava recebendo de um homem que amava e que também o amava. Trocas de amor, singelas e completas em seus mínimos detalhes.

— Minha boca já está com saudades — disse Namjoon.

Yoongi não teve tempo de reagir à fala, pois, logo Namjoon enfiou o rosto na calcinha e voltou a chupá-lo. O advogado retornou aos gemidos, dessa vez conseguindo fazer algo, além disso: apertando a cabeça do namorado ainda mais contra si, puxando os fios curtos com força para deixar os nós dos seus dedos esbranquiçados. Talvez fosse mesquinho e quisesse mostrar a Namjoon que também era forte em sua maneira, que agora o outro estava a sua mercê assim como estava na dele.

Namjoon gostou do desafio e sua mão segurou a cintura de Yoongi, empurrando de volta a posição deitada enquanto abria ainda mais as pernas do advogado, deixando-o bem exposto. Então a mão que o prensou, voltou a descer e o beliscou na coxa.

— Ei.

O advogado não teve tempo de falar mais nada, pois, Namjoon lambeu no ponto certo e seu corpo todo reagiu com espasmos, o prazer formado em sua barriga estava pronto para seguir para todo o corpo.

— Joon, eu vou… — Yoongi apertou os lábios, antes de conseguir falar: — Eu vou gozar.

Namjoon sabia, mesmo que não conhecesse o corpo de Yoongi sexualmente, ainda assim, sabia que todos os tremores e os gemidos que não paravam, somente significavam uma coisa. De qualquer maneira, não se afastou, permitindo que sua boca se tornasse a tortura perfeita para que Yoongi expelisse todo o líquido quente em sua língua.

Yoongi se derreteu na cama outra vez, sua respiração alta e pesada, o que levou felicidade ao coração de Namjoon, que levantou o rosto, encarando o outro do mesmo lugar que estava, ainda com o pênis agora flácido ao lado da sua bochecha.

— Gostou?

— Peste — disparou Yoongi, mas ele sorria e era sorriso que Namjoon gostava. — Vem cá, é a sua vez.

— Não — disse Namjoon, beijando a coxa do namorado.

— Não? — Yoongi levantou o rosto, encarando o outro. — Como assim? O que você está falando?

— Eu não quero gozar… Não agora — garantiu o estagiário. — Quero fazer outra coisa.

Yoongi franziu a testa, apoiado nos braços.

— O quê?

— Quero te dar todos os org*smos que me foram negados nesses meses — brincou Namjoon, dando outro beijo na coxa de Yoongi. — Você está pronto?

O advogado ainda parecia confuso, até sentir a língua de Namjoon novamente em seu pênis.

— Joon!

— O quê? — Namjoon levantou o rosto, sorrindo de lado. — Dizem que a terceira vez é demais… Vamos testar essa teoria?

Yoongi escancarou os lábios.

— Você é louco?

— Por você — disse Namjoon, dando outro beijo no pênis de Yoongi. — E, por outros cinco.

Sacudindo a cabeça outra vez, Yoongi acabou perdendo as palavras no momento que a língua de Namjoon voltou a trabalhar, e muito, em seu membro.

Aquela definitivamente seria uma longa e inesquecível noite.

──────⊱⋅ ☼ ⋅⊰──────

O vento estava fraco naquela hora da tarde. As árvores balançavam e o som do rio era tranquilizante, mesmo que alguns gritinhos de crianças pudessem perturbar aquela paz.

Não para ele. Como professor, amava os sons de crianças, de qualquer idade, mesmo quando sentia culpa por estar perto de alguma delas.

Taehyung observou Emily tomando o sorvete com o coração apertado. Não conseguia imaginar a sua ex-aluna, aquela menina, totalmente desamparada e sem futuro; era triste demais para realmente processar tudo aquilo. Queria poder fazer algo por ela, qualquer coisa, mesmo que não soubesse o quê.

— Hoseok-hyung!

A mente de Taehyung desligou tudo naquele momento e quando virou em direção a Dongsun, ele saiu da cadeira e correu para a barraca, onde Hoseok estava parado, tão surpreso quanto eles por estarem ali.

— Sun, meu amor!

O menino esticou os braços e Hoseok o pegou, colocando no colo e o abraçando com força. Taehyung olhou para Jimin, mas como ele, o namorado não parecia prestes a evitar o contato de Hoseok com Dongsun.

Hoseok continuou abraçando Dongsun até o menino se afastar rindo, olhando-o intensamente antes de estalar um beijo na bochecha do hyung.

— Senti saudades, hyung.

— Eu também, meu bebê. Eu também.

Dongsun então olhou para o lado de Hoseok e também sorriu.

— Oi, ahjussi.

O policial se fingiu de irritado, mas seus dedos foram ao cabelo de Dongsun, bagunçando de brincadeira.

— Oi, Sun.

Então, mesmo que estivessem evitando, Hoseok e Hammer olharam para a mesa onde estava Taehyung, Jimin e pela primeira vez, pareceram notar que Emily também estava no lugar, olhando para os que acabaram de chegar com interesse.

— Professor Jung — ela murmurou, em tom baixo.

Hoseok capturou a fala dela no momento em que parava na mesa, com Dongsun ainda no colo.

— Oi, Emily. — Hoseok fitou a menina com a trança perfeita e o sorvete na mão. — Você cresceu desde a última vez que nos vimos!

Ela abaixou o olhar e voltou a tomar sorvete.

E, o clima se tornou silencioso na mesa de madeira do parque.

— Como você está?

A voz era de Hammer e demorou alguns segundos para Taehyung perceber que o policial falava com ele. O professor encarou o outro e sacudiu a cabeça.

— Levando — disse Taehyung, apertando a mão de Jimin por baixo da mesa. — Hm… obrigado. Pela… ajuda.

— Eu faria de novo — Hammer respondeu.

Taehyung, quando fitou o policial outra vez, sorria. Era o máximo que tirariam um do outro.

— Em, Em! — Dongsun ainda estava no colo de Hoseok, mas começou a balançar indicando que queria descer, o professor então o colocou no banco de madeira, mas o menino ficou de pé em seguida. — Em, o ahjussi é tão legal! Ele sempre conhece as melhores misturas de sorvete.

— Sun… — Jimin que falou, sabendo o que o menino queria no momento, sem realmente entender as tensões dos adultos. — Tenho certeza que o senhor Ahn está ocupado.

Hammer sacudiu a cabeça.

— Não, está tudo bem — disse o policial. Ele abaixou o corpo, ficando na altura das crianças. — Quem quer sorvete?

Dongsun foi o primeiro a gritar, levantando a mão no alto. Emily fez um gesto parecido, levantando em parte o braço, envergonhada em fazer mais do que isso.

Hammer então encarou Taehyung e Jimin, esperando pela autorização de quem estava responsável pelas crianças. O jornalista, por sua vez, encarou Taehyung, que olhou para Hoseok antes de acenar positivamente para o detetive.

— Então, teremos sorvete! — disse o policial, ficando de pé e estendendo a mão para as crianças, que as pegaram. — Vocês não imaginam o que vou pedir dessa vez…

Hoseok então ficou sozinho com Jimin e Taehyung. Mas, dos três, o jornalista foi o primeiro a falar algo:

— Não fique parado como um dois de paus. — Jimin suspirou. — Senta aí logo, Hoseok.

— C-certo… — Hoseok proferiu em tom envergonhado, sentando-se de frente para os ex-namorados. — Hm… como estão as coisas?

Taehyung foi o primeiro a sorrir.

— Estão bem — garantiu o outro professor, sacudindo a cabeça. — Já voltei a trabalhar.

— Isso é bom. Você ama ensinar. — Hoseok sorriu, fazendo Taehyung se recordar de quando podia trabalhar ao lado do outro. Parecia outra vida, apesar de ter passado apenas alguns meses. — E a fisioterapia?

Levantando a mão, Taehyung mostrou a palma. Agora o ferimento a faca era só uma linha rosada.

— Está indo bem — afirmou Taehyung, mexendo um pouco os dedos. — Estou chegando lá.

— Que bom, meu amor.

Jimin grunhiu, virando o rosto em direção às crianças. Elas estavam animadas, pulando em uma brincadeira com o policial e aquilo também pareceu deixar o jornalista com raiva.

— Eu não sou mais seu amor — Taehyung murmurou.

— Vocês nunca deixaram de ser os meus amores — Hoseok respondeu prontamente, encarando a mesa, sem coragem de ver o rosto dos ex-namorados. — Eu só sou um grande idiota e não os mereço. D-desculpa. Eu deveria ir embora.

Jimin suspirou, voltando a encarar Hoseok.

— As crianças estão se divertindo — disse o jornalista. Aquela era a maneira dele de dizer para Hoseok ficar. — Um dia fomos amigos, apesar do que você nos fez passar.

— Eu sei. É minha culpa.

— Ficar se culpando não irá resolver nada, Hoseok — Jimin disse, sério. — Você fala sempre isso, como se não tivesse nos traído com o pai de Jin.

— Eu sei.

— Então, por que insiste? — Jimin disparou, levando os dedos ao cabelo enquanto puxava os fios com força. — Por que você se faz de vítima sempre com essa voz baixa? Assuma o que fez! Pelo menos fale com sinceridade sobre aquele dia.

O silêncio ocupou o espaço entre o trio. Taehyung nem sabia o que pensar, não mais. Estava confuso, cansado e se sentia outra pessoa, em outra vida.

— Eu não tenho mais o que falar sobre esse assunto — Hoseok disparou, suspirando em seguida. — Acho que o melhor é eu ir de uma vez.

— Não, fica — Taehyung pediu, levando a mão que antes foi ferida até Hoseok; o outro logo percebeu sua dificuldade em tocá-lo. — Vamos conversar como amigos.

Jimin logo esclareceu:

— Ele não é meu amigo, Taehyung. Se você quiser conversar com ele, irei me retirar.

Hoseok sacudiu a cabeça em negação, olhando diretamente para Jimin.

— É melhor eu ir — disse Hoseok de uma vez, tirando a mão de Taehyung de cima da sua com cuidado. — Desejo melhoras, okay?

Taehyung deixou um sorriso sincero no rosto e isso pareceu bastar para Hoseok. Ainda assim, o outro professor fez uma reverência para o jornalista, antes de se virar.

Mas, ele parou e girou os calcanhares, fitando Jimin por um instante. Um longe instante e então, dizendo:

— Eu ainda vejo os rostos de vocês quando abro os olhos de manhã e antes fechá-los, à noite. — Hoseok levantou e abaixou os ombros, sentindo-se exposto, mas não deixou de continuar: — Vocês sempre serão os meus rostos preferidos.

Então, virou-se novamente e partiu em direção a Hammer e as crianças.

Taehyung fitou Jimin, segurou em sua mão e voltou a observar as crianças brincando.

──────⊱⋅ ☼ ⋅⊰──────

Piece of Peace - Chapter 69 - gika - 방탄소년단 | Bangtan Boys (2024)
Top Articles
Latest Posts
Article information

Author: Wyatt Volkman LLD

Last Updated:

Views: 6153

Rating: 4.6 / 5 (46 voted)

Reviews: 93% of readers found this page helpful

Author information

Name: Wyatt Volkman LLD

Birthday: 1992-02-16

Address: Suite 851 78549 Lubowitz Well, Wardside, TX 98080-8615

Phone: +67618977178100

Job: Manufacturing Director

Hobby: Running, Mountaineering, Inline skating, Writing, Baton twirling, Computer programming, Stone skipping

Introduction: My name is Wyatt Volkman LLD, I am a handsome, rich, comfortable, lively, zealous, graceful, gifted person who loves writing and wants to share my knowledge and understanding with you.